Com as 331 mortes registradas desde as 20h de ontem, o Brasil ultrapassou a marca de 150 mil mortos pelo coronavírus neste sábado, 10 de outubro, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa.
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Ao todo, o país contabiliza 150.023 mortos pela covid-19, sendo o segundo no mundo com mais vítimas, atrás apenas dos Estados Unidos (213.954). Os dados são do balanço da Universidade Johns Hopkins.
Já o número de casos foi a 5.073.483, com 16.293 diagnósticos positivos confirmados desde as 20h de ontem. Só os EUA (7,6 milhões) e a Índia (6,9 milhões) têm mais infectados que o Brasil.
País vive "platô elevado"
Após o primeiro caso, em 26 de fevereiro, e a primeira morte, em 16 de março, o Brasil viu os números crescerem até superarem um platô de mil mortes diárias por quase dois meses, que começou a ceder em agosto (932) e setembro (752), de acordo com números do Ministério da Saúde.
Mas especialistas acreditam que o país atravessa um momento de platô com números ainda considerados altos, diferentemente dos países europeus e asiáticos, que, após alcançarem o auge da pandemia, viram uma queda mais drástica nos contágios e mortes.
"Chegamos a ter 55 mil casos por dia, mas continuamos com 27 mil. Sim, é possível dizer que caiu mais de 50%, mas é como se você descesse do Himalaia para os Alpes, quer dizer, você continua na montanha", explicou à AFP José David Urbaez, pesquisador da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
"Depois das mortes caírem para 600, ainda haverá um caminho enorme pela frente, com muitas perdas", completou.
Sem plano nacional
Esse platô elevado coincide com a reabertura de atividades não essenciais, que, segundo os especialistas, está sendo feita sem coordenação nacional nem vigilância epidemiológica adequada, o que ainda se soma ao não cumprimento pela população das medidas preventivas.
"O comércio e algumas indústrias são importantes, mas isso deveria ser feito com muito cuidado. A gente observa que, infelizmente, o Brasil não tem uma coordenação nacional de procedimentos dessa retomada", disse à AFP o pesquisador Christovam Barcellos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz ).
Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem batido de frente com governadores e prefeitos, que têm autonomia para decidir sobre políticas relativas à pandemia. Bolsonaro rejeitou a gravidade da covid-19 e apoiou o retorno à normalidade para evitar o colapso da economia, aparecendo sem máscara em atos oficiais ou ao lado de admiradores.
Essa imagem do presidente, que contraiu a covid-19 em julho, "é terrível para que possamos ter uma ideia unificada do que é a pandemia no Brasil", lamentou Barcellos.
Fonte: UOL