Pela segunda vez na pandemia, o Brasil passou os Estados Unidos em número de mortes por Covid-19 por 100 mil habitantes.
Na última quinta-feira (15), segundo dados da Universidade Johns Hopkins (EUA) e do site Our World in Data, o Brasil tinha 171,9 mortes a cada 100 mil brasileiros. Enquanto isso, os EUA registrava 170,8 mortes por Covid a cada 100 mil americanos.
Naquele dia, o Brasil, com 212 milhões de habitantes, registrava 365.954 óbitos pela Covid-19 desde o início da pandemia. Os Estados Unidos, com mais 330 milhões de habitantes, tinha no total 565.363 mortes.
A diferença de taxas entre os dois países continuou a aumentar desde então. Com os dados mais recentes de ambos, o Brasil registra 175,6 mortes/100 mil e os EUA, 171,4/100 mil.
Apesar de os Estados Unidos serem o país com o maior número de mortes desde o início da pandemia, a situação da nação começou a mudar no início deste ano, com a troca de presidente: saiu Donald Trump, que minimizava a pandemia e desestimulou medidas com eficácia comprovada, como o uso de máscaras, para dar lugar a Joe Biden. Desde então, o democrata vem cumprindo as promessas de ouvir especialistas, impor distanciamento social e estimular a adoção das proteções faciais.
Além disso, os EUA aceleraram a campanha de vacinação. Trump, apesar do negacionismo, mas mirando as eleições de 2020, levou o governo americano a acelerar o desenvolvimento de imunizantes.
Enquanto isso, o Brasil se vê no pior momento da pandemia sem sinal de amenização da crise sanitária no horizonte. As mortes no país parecem ter se estabilizado em níveis altíssimos, acima de 3.000 óbitos diários, pressionando o sistema de saúde. Mesmo com dados elevados e a situação fora de controle, estados e municípios já começaram a relaxar as restrições de serviços não essenciais.
Especialistas criticam a flexibilização nesse momento e temem que o Brasil permaneça em um platô de mortes e casos elevado ou que a situação piore.
Em 20 de agosto de 2020, o Brasil (então com 112.423 mortes por Covid no total) ultrapassou, pela primeira vez, os EUA (174.356 óbitos na época) na taxa de óbitos por 100 mil habitantes. Nesse dia, havia 52,8 mortes por Covid a cada 100 mil brasileiros e 52,7 mortes pela doença a cada 100 mil americanos. Por 101 dias, até 29 de novembro, o Brasil permaneceu à frente dos EUA.
Fonte: Folhapress