Uma chuva de granizo pegou de surpresa os moradores de Caruaru, no Agreste, nesta terça-feira (26). Este tipo de fenômeno meteorológico vem se tornado comum no Agreste e Sertão pernambucano o que tem intrigado especialistas. Apenas no ano passado a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) registrou chuvas de granizo nas cidades de Petrolina, Serra Talhada e Jatobá. Outros eventos foram anotados em Flores, em 2015, e em Riacho das Almas, em 2013.
“Esses são fenômenos que não eram comuns, mas nos últimos anos se tornaram recorrentes. Podem estar relacionados as mudanças climáticas, mas ainda são objetos de estudo”, comentou o meteorologista da Apac, Fabiano Prestrelo.
Em Caruaru, a chuva acompanhada por granizo começou por volta das 14h e durou cerca de uma hora. Os cristais de gelo caíram apenas em partes da cidade que ficam mais ao subúrbio.
Segundo Fabiano Prestrelo, este tipo de ocorrência dificilmente é prevista pelos sistemas de monitoramento. “O que provocou a chuva foi o sistema conhecido por Zona de Convergência Intertropical, decorrente do encontro dos ventos do Hemisfério Norte e Sul. Junto a isso, houve a conjunção com uma zona de ocorrência de Cumulonimbus, que são nuvens grandiosas, às vezes com mais de dez quilômetros de altura”, explicou.
Por serem muito altas, as Cumulonimbus acumulam cristais de gelo no seu topo. Quando ocorrem as precipitações nestas nuvens, parte desses cristais ao descer cai como água, mas outra não alcança o derretimento e surge a chuva de granizo. Na tempestade de Caruaru, o volume de chuvas provocou alguns transtornos na cidade como queda de árvores e desabamento de uma quadra privada de futebol society.
O gestor da Defesa Civil da cidade, Kleber Aleksander, contou que até as 16h40 houve nove quedas de árvores em Caruaru, sendo uma delas em cima de uma casa no bairro da Nova Caruaru. Os moradores não ficaram feridos. Pontos de alagamentos foram destacados nos bairros do Mauricio de Nassau, São João das Escócia, José Liberato e José Carlos de Oliveira.
Fonte: Folha PE